Olá professoras e professores!!
“As cem linguagens da criança não são cem, mas cem mil… A criança tem cem linguagens, cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar. […] A escola e a cultura roubam noventa e nove. A criança deve ser escutada com todas as suas linguagens.”
— Loris Malaguzzi, “As Cem Linguagens da Criança”
“A arte não é um luxo na educação, é uma necessidade. Ela contribui para o desenvolvimento da sensibilidade, da percepção, da criatividade e da capacidade crítica.”
— Ana Mae Barbosa, em diversos escritos sobre arte-educação
As duas citações acima dão o tom do texto de hoje.
A arte na educação infantil ocupa um papel essencial no desenvolvimento integral das crianças, funcionando como uma linguagem por meio da qual elas expressam sentimentos, pensamentos e compreensões sobre o mundo. Loris Malaguzzi, criador da abordagem Reggio Emilia, reforça essa ideia ao afirmar que “a criança tem cem linguagens […] cem modos de pensar, de jogar e de falar”, destacando que a expressão artística é uma dessas múltiplas formas de comunicação. Na infância, a arte não é apenas uma atividade estética ou lúdica, mas um modo legítimo de construir conhecimento e interagir com o ambiente.
Ana Mae Barbosa, importante referência na arte-educação brasileira, complementa essa visão ao afirmar que “a arte não é um luxo na educação, é uma necessidade”, enfatizando seu papel na formação da sensibilidade, criatividade e pensamento crítico. Ao ser inserida de forma significativa no currículo da educação infantil, a arte contribui para o desenvolvimento de competências cognitivas, emocionais e sociais, proporcionando um espaço onde a criança experimenta, investiga e cria livremente. Essa experiência é ainda mais potente quando professores reconhecem e valorizam a produção artística infantil sem medo de errar e como forma de expressão genuína.
Assim, ao integrar as concepções de Malaguzzi e Barbosa, compreendemos que a arte na educação infantil deve ser vista como uma linguagem indispensável, não subordinada a outras áreas do conhecimento, mas como uma forma própria de aprender e se expressar. Respeitar as “cem linguagens” da criança é garantir um espaço educativo onde ela possa desenvolver-se de maneira plena, por meio da liberdade de criação, da escuta ativa e da valorização de sua identidade.
A Educação Infantil que reconhece o valor da arte, portanto, constrói caminhos mais humanos, criativos e inclusivos para o desenvolvimento das crianças.