Não é novidade que em ano olímpico trabalhar os esportes torna-se um elemento de motivação a mais para os nossos alunos, mas 2021 veio cheio de novidades e bons contextos para serem utilizados em aula.

Essa discussão começa muito antes das Olimpíadas pois em um contexto pandêmico, foi preciso que atletas do mundo inteiro adequassem treinamentos e rotinas para minimizar o impacto que as condições sanitárias impuseram. No Brasil, várias ações foram necessárias, e o Comitê Olímpico Brasileiro trouxe diversas ações de orientação para nossos atletas.

Nesse cenário, e acompanhando todas as modificações impostas as escolas e professores, a educação física escolar precisou de uma nova configuração, e muitas foram as experiências trocadas a longo dos últimos 18 meses. Aulas remotas, práticas com distanciamento social, a verdade é que foi preciso muita criatividade para possibilitar as vivências dentro da unidade temática esporte.

Nesse mesmo contexto, surge a implantação do Novo Ensino Médio com vários desafios, mas também com um material repaginado e cheio de novidades para serem trabalhadas com nossos alunos e é aqui também que iremos trazer para a sala de aula algumas das lições aprendidas com as Olimpíadas de Tokyo 2021:

No módulo 3, capítulo 5 – Abordamos as construções sociais e estereótipos nas práticas corporais. Esse capítulo direciona a discussões sobre compreensões sobre os estereótipos de gênero; os estereótipos masculino e feminino e suas influências nas práticas corporais e sobre possibilidades de superação dos estereótipos nas práticas corporais.

As Olimpíadas trouxeram vários fatos interessantes que podem nos ajudar a embasar essa discussão: temos por exemplo, as ginastas alemãs que em protesto contra a sexualização do esporte, utilizaram uniformes longos que eram previstos apenas para motivos religiosos, deixando o tradicional collant de fora. Nessa mesma perspectiva, atletas norueguesas de handebol de praia, recusaram-se a utilizar os biquínis típicos desse esporte, chegando inclusive a serem multadas, e por esse motivo mobilizando personalidades do mundo todo em apoio a causa. Atrelados a esses fatos, temos uma competição que trouxe possibilidades de equipes mistas no tênis de campo, natação e outras modalidades

Na outra ponta temos a atleta brasileira Rayssa Leal, primeira medalhista olímpica na modalidade com apenas 13 anos de idade. Em uma de suas falas após o pódio ela afirma que “Skate não é só para meninos”. Vale lembrar que a modalidade skate, pela primeira vez nas olimpíadas, consta em nosso material como proposta na unidade temática práticas corporais de aventura, explorado de forma muito assertiva pela BNCC, assim como o surfe, modalidade na qual o Brasil também garantiu premiação.

Temos também a atleta Rebecca Andrade com uma participação histórica na ginástica artística, pauta do nosso capítulo 5, com medalhas na modalidade salto e individual, além se ser a primeira atleta brasileira a conquistar o pódio duas vezes na mesma competição, ainda se consagra como a primeira atleta negra a ter esse feito; destacando a importância da representatividade no esporte e nessa modalidade.

Falando também do capítulo 6 proposto no módulo 3; abordaremos Comportamentos competitivos e cooperativos nas práticas corporais com discussões sobre a influência desses fatores não só nos esportes, mas em diversas práticas corporais.

Não podemos aqui deixar de citar a atleta Simone Biles, que optou por deixar de realizar a final olímpica alegando precisar cuidar da sua saúde mental, e levantando a discussão da importância dessa temática também na área do esporte. A mesma atleta, maior medalhista olímpica da ginástica, apresentou diversos comportamentos cooperativos após desistir de sua participação, influenciando e motivando outras atletas a permanecerem na competição, inclusive torcendo por outros países.

Podemos falar também dos avanços tecnológicos nas pistas de atletismo, plataformas de saída, recursos de análise de vídeo, entre tantos outros aspectos que poderiam ser utilizados como pontos de partida para propostas interdisciplinares.

Enfim, muitas temáticas e fatos interessantes e significativos de serem abordados no módulo 3, seja revisitando as gravações das olimpíadas ou trazendo em forma de discussão para a sala de aula, o importante é aproveitar esse momento histórico para trazer a realidade á sala de aula, quadra ou campo.

Abaixo elencamos no infográfico alguns dos principais fatos olímpicos até agora que poderiam ser utilizados no trabalho destes capítulos.

Juliana Landolfi Maia