Olá professor(a) do Sistema Positivo de Ensino!
Juliana Landolfi Maia
Time de formação de professores SPE
Nos dias atuais, as práticas corporais e brincadeiras das crianças têm mudado significativamente em relação às décadas passadas, quando a sociedade não tinha tantos recursos tecnológicos, eletrônicos e digitais disponíveis. Portanto, é cada vez mais necessário realizar estudos sobre o movimento corporal e a atividade física na infância para demonstrar como esses aspectos da vida das crianças têm sido reconfigurados devido às inovações tecnológicas disponíveis atualmente.
O sedentarismo é um problema crescente no Brasil entre crianças pequenas e bem pequenas, visto que estudos apontam que cerca de 70% das crianças brasileiras entre 4 e 5 anos de idade são consideradas sedentárias. Isso significa que elas não praticam atividade física suficiente para manter um estilo de vida saudável. Diversas razões contribuem para a prevalência do sedentarismo entre as crianças brasileiras, incluindo o estilo de vida sedentário dos adultos responsáveis pelas crianças, a falta de espaços seguros e adequados para a prática de atividades físicas, e a falta de incentivo à prática de atividades físicas nas escolas e em outros ambientes.
A falta de atividade física pode levar a diversos problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes, hipertensão arterial, doenças cardíacas, entre outras condições. Ademais, a falta de atividade física também pode afetar o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. A prevalência de obesidade tem aumentado significativamente no Brasil, principalmente em crianças e adolescentes, o que pode levar a complicações de saúde significativas, incluindo um maior risco de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão.
Para combater o sedentarismo entre crianças pequenas e bem pequenas, é importante incentivar a prática de atividades físicas desde cedo, seja por meio de brincadeiras em família, atividades físicas na escola, ou por meio da participação em esportes organizados. Também é importante promover a criação de espaços seguros e adequados para a prática de atividades físicas, bem como conscientizar os adultos responsáveis pelas crianças sobre a importância da atividade física para a saúde e o desenvolvimento das crianças.
Imagem: https://www.confef.org.br/confef/
O mês de Combate ao Sedentarismo é promovido pelo Conselho Federal de Educação Física, com a campanha Abril Verde, que visa alertar para os riscos da inatividade física. Globalmente, quase 500 milhões de novos casos de doenças evitáveis ocorrerão entre 2020 e 2030, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo da campanha é informar sobre os riscos de se manter inativo e conscientizar sobre os problemas causados na saúde individual, pública, na sociedade e na economia.
Além de incentivar a reflexão sobre o sedentarismo, é importante explorar marcadores sociais que limitam – e até inviabilizam – o acesso de certos grupos ao estilo de vida ativo, tais como a classe social, gênero e escolaridade. O CONFEF acredita que chamar a atenção para esses recortes sociais é fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes no fomento da atividade física.
Confira aqui alguns documentos sobre a importância da atividade física na infância, as diretrizes para a quantidade e tipo de atividade física recomendada para crianças de diferentes faixas etárias, bem como dicas e sugestões de atividades físicas adequadas para a idade das crianças. É importante consultar esses documentos para obter informações atualizadas e precisas sobre a promoção da atividade física na infância.
- Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para atividade física, sedentarismo e sono para crianças com menos de 5 anos de idade (2019)
- Diretrizes da OMS sobre atividade física e comportamento sedentário para crianças e jovens (2010)
- Guia Alimentar para a População Brasileira (2014)
- Diretrizes do Ministério da Saúde para a Promoção da Atividade Física na Atenção Primária à Saúde (2011)
- Guia de Atividades Físicas para Crianças de 0 a 6 anos (2014), elaborado pelo Ministério do Esporte em parceria com o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação.
Vamos agora a algumas dicas de como incentivar o movimento entre crianças pequenas e bem pequenas:
- Crie um ambiente seguro e apropriado para a movimentação, com brinquedos adequados e espaço suficiente para a criança se movimentar livremente.
- Proporcione oportunidades para a criança se movimentar, como tempo livre no chão, tempo para engatinhar, caminhar ou correr.
- Brinque com a criança e participe de atividades físicas com ela, como jogos com bola, brincadeiras de pega-pega, esconde-esconde, entre outras.
- Faça atividades ao ar livre, como caminhadas em parques, passeios de bicicleta ou idas à praia, estimulando a exploração de novos ambientes e atividades.
- Estimule o interesse da criança por atividades físicas, incluindo-a em atividades esportivas, dança, natação, entre outras, de acordo com a idade dela.
- Desafie a criança a desenvolver suas habilidades motoras, criando desafios que a encorajem a se mover de diferentes maneiras, como pular obstáculos, subir em árvores, equilibrar-se em uma perna, etc.
Lembre-se sempre de que a movimentação é fundamental para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo das crianças.
Que tal realizar algum projeto em sua escola esse mês?
Vamos Juntos!
Dica de leitura:
DE OLIVEIRA, Denis William; DE OLIVEIRA, Evandro Salvador Alves. Sedentarismo infantil, cultura do consumo e sociedade tecnológica: implicações à saúde. Revista Interação Interdisciplinar (ISSN: 2526-9550), v. 4, n. 1, p. 155-169, 2020.
DESMURGET, Michel. A fábrica de cretinos digitais: Porque, pela 1a vez, filhos têm QI inferior ao dos pais. Vestígio Editora, 2021.
Dica de documentário
Muito além do peso: O documentário Muito Além do Peso foi lançado em novembro de 2012, em um contexto de amplo debate sobre a qualidade da alimentação das nossas crianças e os efeitos da comunicação mercadológica de alimentos dirigida a elas. O filme é fruto de uma longa trajetória da Maria Farinha e do Instituto Alana na sensibilização e mobilização da sociedade sobre os problemas decorrentes do consumismo na infância.
https://muitoalemdopeso.com.br/sobre/
Referências deste texto:
- CAPISTRANO, Gisele Bailich et al. Obesidade infantil e suas consequências: uma revisão da literatura. Conjecturas, v. 22, n. 2, p. 47-58, 2022.
- CAMPOS, Bruna Tafuri Lobato et al. Obesidade infantil na atualidade: fatores de risco e complicações futuras. Brazilian Journal of Health Review, v. 6, n. 2, p. 5838-5845, 2023.
- RIBEIRO, Lisandra Oliveira. Primeira infância e sua exposição às telas: um estudo a partir da literatura acadêmica. 2023.