Olá, educadores. Tudo bem?

Como afirma Ramos (2023), o tema inclusão escolar é envolto por mitos e equívocos, os quais retomamos a seguir:

1 – As pessoas com deficiência precisam de cuidados especiais.

A autora defende que muitas pessoas com deficiência preferem ser tratadas sem qualquer distinção.

2 – Os profissionais que lidam com pessoas com deficiência, principalmente os professores, precisam ser especialistas.

Ramos (2033) afirma que as mães das pessoas com deficiência não são especialistas, contudo cuidam de seus filhos com muito zelo e competência. Do mesmo modo, nós, professores, não somos necessariamente especialistas em educação inclusiva e nem precisamos ser. Entretanto, adverte-nos a autora, é nossa função conhecer com profundidade as diversas estratégias metodológicas que envolvem os processos de ensino-aprendizagem do componente curricular que está sob nossa responsabilidade. Isso implica buscar a formação continuada, para que possamos contribuir para a inclusão escolar. Se “conhecemos o nosso ofício”, sabemos propor novas alternativas de ensino para os que precisam de possíveis adaptações.

3 – As pessoas com deficiência têm de frequentar escolas especiais.

Assim se expressa Ramos (2023, p. 59) a respeito desse equívoco:

É justamente por terem alguma deficiência visível que elas precisam de escolas comuns, para que possam conviver com pessoas potencialmente mais capazes e, dessa forma, construir um referencial mais próximo da normalidade.

A autora, em sua abordagem, ressalta a importância de as pessoas com deficiência conviverem, no espaço escolar, com alunos que não possuem deficiência. Esse espaço de integração faz com que todos aprendam e cresçam no que diz respeito à inclusão.

4 – As pessoas com deficiência atrapalham a aprendizagem das outras crianças.

Para Ramos (2023),  essa afirmação é equivocada. A autora ressalta que, em casos específicos, são necessárias adaptações espaciais e instrumentais, entretanto ela defende que o material e as atividades devem ser os mesmos e, de forma especial, o tratamento deve ser igualitário.

Outro ponto defendido pela autora é o de que não deve haver permissividade com as ausências dos alunos com deficiência. Ramos (2023) nos adverte:

Estando bem de saúde, o aluno com deficiência não deve faltar às aulas. Há casos em que a própria família não se compromete a levar a criança com deficiência, porque muitas vezes não acredita que ela possa de fato progredir.  (RAMOS, 2023, p. 61-62)

A afirmação da autora reforça a ideia de inclusão, pois o progresso da criança com deficiência implica a presença constante em sala de aula.

Os registros da autora são importantes para pensarmos em nossas ações em sala no que diz respeito à inclusão escolar. Vale destacar, contudo, que o tema em discussão não se esgota na obra a que me refiro aqui. Sabemos que a inclusão escolar, em determinados casos, é bastante complexa. Contudo, o que quero destacar, neste breve artigo, é a importância de termos consciência de que, também, é nossa função pensar em como podemos atuar com eficácia em casos de inclusão escolar nos diversos componentes curriculares e nos diferentes segmentos escolares: da Educação Infantil ao Ensino Médio. De modo especial, essas reflexões avançarão se, frequentemente, dedicarmo-nos a leituras específicas sobre o tema. Uma delas é justamente a obra mencionada aqui. Segue a indicação:

 RAMOS, Rossana. Inclusão na prática: estratégias eficazes para a educação inclusiva. São Paulo: Summus Editorial, 2023.

O livro, por meio de relatos de professores, trata da inclusão em diversos segmentos escolares, o que nos impulsiona a pensar, com mais atenção, nos alunos do Fundamental II e do Ensino Médio.   Vale ressaltar, ao final deste artigo, que o time de Formação e Assessoria do Sistema Positivo de Ensino, do qual faço parte, tem se dedicado bastante aos estudos sobre o tema inclusão escolar. Para nós, é um grande desafio propor estratégias de trabalho que possam auxiliar os professores a incluir alunos com deficiência.

Por ora, deixamos aqui essa sugestão de leitura, que muito tem nos ajudado a criar um repertório mais geral do que vem a ser, de fato, a inclusão escolar. Novas reflexões serão aqui postadas. E, nessa busca constante de crescimento, contamos com a sua contribuição: indicações de leituras, relatos de boas práticas, dificuldades pelas quais vocês passam, entre outros aspectos. Acreditamos que esse diálogo nos fará crescer, para que possamos, juntos, evoluir, no que diz respeito a este tema complexo e desafiador que é a inclusão escolar.

Prof. Valter Zotto de Andrade (Assessor de conhecimento do Sistema Positivo de Ensino)