Olá, professores e professoras, tudo bem?
A maioria dos pais e professores de hoje foram alunos de educação básica das décadas de 1980, 1990 e 2000. O que mudou de lá para cá nas formas de aprender e ensinar?
Sabemos que muitas coisas mudaram, mas vamos focar no processo de aprendizagem e livro didático. Os adultos de hoje aprenderam com o método apostilado, em que o treino através de resolução repetitiva de exercícios eram uma prova de aprendizagem. Essa forma de ensinar e aprender é compatível com os recursos e práticas sociais determinadas nas décadas e os documentos normativos educacionais vigentes.
Mas, aprendemos de maneira significativa assim? Agora adultos, lembramos de todos os conteúdos e atividades realizadas? Se tentarmos resolver alguns daqueles exercícios novamente saberemos resolver de prontidão?
Acredito que a resposta seja não, porque a menos que você tenha tido um vínculo afetivo com a professora da disciplina ou tenha seguido carreira na área, certamente só lembrou dos conteúdos até prestar os exames externos, como os vestibulares ou ENEM.
O nosso documento normativo atual, a BNCC, demanda uma aprendizagem menos conteudista e mais focada nas habilidades a serem desenvolvidas. E para desenvolver uma habilidade, essa geração não precisa de exercícios repetitivos, não aprenderão assim, mas sim atividades contextualizadas e conectadas com as práticas sociais reais.
Ainda de acordo com a BNCC, as atividades a serem desenvolvidas mobilizam as habilidades, reforçam a competência e ajudam a construir o protagonismo e senso crítico. Ou seja, as atividades de resolução de problemas discursivos ou objetivos são eficazes desde que sejam contextualizados com texto-base diversos e acrescentem novos desafios a cada atividade.
Sendo assim, oferecemos diversas atividades a cada capítulo e reforçamos com Livro de Atividades para os componentes curriculares com mais carga horária, assim garantimos que todos os professores conveniados, de Norte a Sul do Brasil, tenham opções de atividades diversas para mobilizar e avaliar as habilidades com os alunos.
Mas, se eu já consegui avaliar que meus alunos compreenderam e atingiram o esperado na terceira atividade, eu preciso fazer todas para o livro ser preenchido? Você pode propor mais uma ou duas como tarefa de casa e o restante, alinhando com as famílias em reuniões de pais, comunicados (e esse texto pode servir de base) e um esforço em ajudá-los a compreender que, para essa geração, não é a quantidade de atividades realizadas que garantem a aprendizagem, e sim, a qualidade, o acompanhamento, a correção assistida e o link com a realidade vivenciada que garantem o desenvolvimento da habilidade.
E o que faço com o restante das atividades? Você pode fazer um carimbo de “objetivo cumprido”, você pode imprimir um texto contando como foi cumprido o objetivo e colar no livro das crianças, assim, demonstrando às famílias como foi cumprido o objetivo você lança luz ao seu planejamento e garante, por sua autoridade pedagógica, que a criança está em avaliação formativa e processual ao longo do capítulo e do volume.
Bianca Mendonça Rubilar
Ok!
Laide Gomes de Oliveira
Texto bastante esclarecedor. Obrigada!
Bruna Trubian
É preciso desenvolver uma cultura que o preenchimento automático do livro não significa uma aprendizagem consistente.
Nathalia Araújo Rodrigues
Um assunto relevante! Obrigada
Maria Auxiliadora J. Abrão
O importante não é o acúmulo de informações e sim fazer com que o aluno perceba o que aprendemos na escola vai ser útil para a sua vida .