Olá professor e professora!

No dia 20 de julho é comemorado o Dia do Amigo no Brasil. A figura do amigo aparece de forma destacada na literatura, no cinema, no teatro, na novela, na música, nas relações etc. Já cantava Roberto Carlos “Você meu amigo de fé, meu irmão camarada…” para demonstrar o tamanho da importância dessa figura, que chega a ser comparada a um vínculo de irmandade.

É importante refletir que muitos desses laços são construídos na época da escola. Mas será que as relações dentro das escolas abarcam apenas as relações de vínculos afetivos positivos?  Segundo os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019, nas escolas, 23% dos estudantes afirmaram ter sido vítimas de bullying, ou seja, sentiram-se humilhados por provocações feitas por colegas e aproximadamente um em cada dez adolescentes (13,2%) já se sentiu ameaçado, ofendido e humilhado em redes sociais ou aplicativos.

Em 15.01.2024 entrou em vigor a Lei 14.811, de 12 de janeiro de 2024, que institui medidas nacionais de prevenção e combate à violência praticada contra crianças e adolescentes, principalmente, se ocorrer em estabelecimentos educacionais ou similares.

O termo bullying abrange todos os atos de violência (física ou não), que ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos. É muito comum os jovens encararem como uma brincadeira despretensiosa. A palavra “Bully” na tradução significa “indivíduo valentão”, “tirano”, “mandão”, “brigão”. Já a expressão “Bullying” corresponde a um conjunto de violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticado pelo “Bully”.

Há algumas formas de Bullying:

  • Verbal
  • Físico e material
  • Psicológico e moral
  • Virtual
  • Sexual

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Verbal  (exemplos)

Insultar
Ofender
Xingar
Fazer gozações
Colocar apelidos pejorativos
Fazer piadas ofensivas
Zoar

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Físico e material (exemplos)

Bater
Chutar
Espancar
Empurrar
Ferir
Beliscar
Roubar ou destruir os pertences da vítima
Atirar objetos contra a vítima

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Psicológico e Moral (exemplos)

Irritar
Humilhar e ridicularizar
Excluir
Isolar
Ignorar e desprezar
Discriminar
Ameaçar
Chantagear
Tiranizar
Dominar
Perseguir
Difamar
Passar bilhetes e desenhos de caráter ofensivo
Fazer intrigas

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Virtual (exemplos)

Cyberbullying ou bullying virtual
Utilizam os mais atuais e modernos instrumentos da internet e outros avanços tecnológicos (por exemplo Inteligência Artificial) com o intuito de constranger, humilhar e maltratar as vítimas.

O Bullying possui o caráter de ações repetitivas, já no Cyberbullying a repetição se dá pelas visualizações e/ou compartilhamento.

No cyberbullying, a vítima fica exposta e vulnerável de maneira imediata. Importante ressaltar que o indivíduo que compartilha uma mensagem dolosa (antiética), torna-se cúmplice da agressão e é passível de punição.

Sexual

Abusar

Violentar

Assediar

Insinuar

VÍTIMAS X AGRESSORES X ESPECTADORES (Características mais comuns)
Vítimas

Vítima típica – normalmente possui pouca habilidade de socialização, características de timidez e não consegue reagir aos comportamentos provocadores dirigidos contra ele.
Vítima provocadora – é aquela que consegue insuflar em seus colegas reações agressivas contra si mesma.
Vítima agressora
– ela reproduz os maus-tratos sofridos como forma de compensação.

Agressores (Características mais comuns)

Os agressores, normalmente apresentam aversão às normas e regras e não aceitam ser contrariados ou frustrados. Possuem, em sua personalidade, traços de desrespeito e maldade. Normalmente exercem liderança obtida por meio da força física ou de intenso assédio psicológico.

Começam com brincadeiras de mau gosto, colocam apelidos pejorativos e humilhantes, insultam, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos, fazem ameaças, perturbam e intimidam, estão sempre se envolvendo em desentendimentos e discussões etc.

Espectadores (Características mais comuns)

Espectadores ativos – apesar de não participarem ativamente dos ataques contra as vítimas, manifestam apoio moral aos agressores.

Espectadores Neutros – não costumam demonstrar sensibilidade pelas situações de bullying que presenciam.

Espectadores passivos – assumem postura passiva por medo absoluto de se tornarem a próxima vítima.

  • O Bullying pode ser identificado, combatido e enfrentado por todos!

Algumas atitudes possíveis…

  • Elaborar um conjunto de ações educacionais voltadas para a cultura de paz;
  • Propagar e difundir ideias sobre o assunto;
  • Realizar assembleias para discutir o tema;
  • Sancionar as ações dos agressores com reparação e
    responsabilização pelo que cometeu com a vítima.

As dicas apontam caminhos, mas é necessário que esse assunto seja cada vez mais discutido. Cada aluno pode contribuir com pequenas ações cotidianas. É possível vislumbrar um mundo melhor no futuro, repleto de gentilezas e de satisfações nas relações humanas.

Para saber mais:

Livro: Bullying mentes perigosas nas escolas

Editora: Principium

Autora: Ana Beatriz Barbosa Silva

Para ampliar conversas com os alunos:

Livro: “Todos Zoam todos”

Editora: Pulo do gato

Autor: Dipacho

Referências

Bullying: mentes perigosas nas escolas / Ana Beatriz Barbosa Silva. 2ª ed. – São Paulo: Globo, 2015.

IBGE: um em cada dez estudantes já foi ofendido nas redes sociais | Agência Brasil (ebc.com.br)