Olá, Profes!

Com toda a certeza, o cenário atual, motivado pela pandemia do novo Coronavírus, ainda tem levado a Escola a repensar muitas de suas práticas, a fim de que ao menos algumas das aprendizagens básicas sejam asseguradas aos estudantes. É fato que professores de todos os segmentos educacionais têm enfrentado muitos desafios, contudo, aqueles que atuam na Educação Infantil e nos Anos Iniciais têm sofrido pressões ainda mais intensas.

A cultura letrada e grafocêntrica da qual fazemos parte potencializa ansiedades e angústias nos pais (ou responsáveis pelos pequenos), as quais são transferidas para a figura da professora/professor, muitas vezes sem o exercício da empatia. “Meu filho não está lendo, professora”! “O meu não está escrevendo com letra cursiva “. Está tudo perdido, professora”! Se você trabalha diretamente com a alfabetização, certamente ao menos uma vez você já ouviu afirmações como essas. Entretanto, haveria uma forma de diminuir essas “aflições”?

Pensamos que uma maneira de mitigar tal “bombardeio” é a professora/professor ter clareza sobre o desenvolvimento da consciência fonológica no processo de alfabetização, para, assim, auxiliar os pais a compreenderem que, muita coisa pode ser realizada com a parceria deles. E esse “muito”, possível de ser realizado com a ajuda dos familiares responsáveis pela criança, será fundamental neste período em que já retomamos as atividades presenciais.

Dentro dessa perspectiva, vale a pena recordar que, de acordo com a professora Magda Soares (2019), a consciência fonológica é constituída por um conjunto de “consciências” que se interpenetram no processo alfabetizador. Sendo assim, prezada professora/professor, a consciência lexical, que diz respeito ao conhecimento das palavras, pode ser amplamente desenvolvida por meio de jogos de palavras, brincadeiras com os nomes das pessoas e objetos que existem em casa, entre outros.

Já a consciência de rimas e aliterações pode ser potencializada por meio dos trava-línguas, das parlendas, das cantigas, enfim, brincadeiras orais das quais as crianças gostam e as quais auxiliam no processo de conscientização sobre o código linguístico em geral e sobre o sistema de escrita alfabético em particular.

A consciência silábica pode ser explorada por meio de um bingo de sílabas, além dos jogos digitais que se encontram presentes nos QR-Codes disponibilizados no material didático do Sistema Positivo de Ensino.

Talvez o desafio maior a ser vencido esteja no desenvolvimento da consciência fonêmica/grafofonêmica e o conhecimento das letras. Todavia, investir em atividades lúdicas que chamem a atenção das crianças para certas diferenças que podem ser percebidas na comparação entre pares mínimos, tais como em “tia/dia”, “gato/cato”, pode auxiliar bastante.

Por fim, manter a criança em contato com a cultura letrada seja por meio da leitura de livros, da contação de história, da elaboração de listas para compras no mercado etc., tudo isso certamente possibilitará o desenvolvimento da consciência fonológica nas crianças e o desenvolvimento das habilidades necessárias para a consolidação da alfabetização.

*Texto escrito por Caio Castro, Assessor de Língua Portuguesa, Literatura e Oficina de Textos.