Que as redes sociais são febres entre os adolescentes, todo mundo sabe Tik Tok, Instagram, Whatsapp entre outros aplicativos, ocupam boa parte do tempo e dos canais de comunicação entre essa faixa etária. O uso de redes sociais e sua influência são um fenômeno relativamente recente e alvo de estudos de várias áreas do conhecimento para compreender os efeitos à sua exposição em diferentes populações. Essas novas mídias reforçam o narcisismo e os padrões de beleza vigentes e muitos estudos avaliaram seu impacto sobre a imagem corporal.

A imagem corporal pode ser definida como a imagem do corpo construída em nossa mente e os sentimentos, pensamentos e ações em relação ao corpo e é muito comum na adolescência distúrbios atitudinais decorrentes da discrepância entre a imagem corporal real e a idealizada. Acredita-se, portanto que a internalização do padrão do corpo “ideal”, ou seja, a incorporação do valor ao ponto de modificar as atitudes e comportamentos pessoais, é um importante mediador da insatisfação corporal.

Na adolescência, os fatores que mais influenciaram a percepção da imagem corporal do indivíduo foram os pais, os amigos e a mídia, que se mostraram os influenciadores mais prevalentes quando relacionados à mídia. Além disso, as mudanças físicas e emocionais que ocorrem durante a puberdade podem ser difíceis de lidar, como o aumento da gordura corporal e a perda do corpo, do papel e da identidade das crianças. Os adolescentes, principalmente as meninas, tendem a se preocupar com o peso porque desejam um corpo magro e temem a rejeição, constituindo um grupo mais vulnerável à influência sociocultural e midiática. Além disso, são importantes consumidores de tendências em que utilizam intensamente as redes sociais como meio de comunicação e ‘informação’, o que por sua vez parece ter um impacto significativo na insatisfação corporal.

Assim sendo, as práticas corporais na escola permitem aos alunos, além da reprodução e da manutenção cultural, a possibilidade de se tornarem agentes transformadores e produtores de cultura e um olhar para o autoconhecimento e o cuidado de si; um dos eixos de discussão dos IFAS de educação física. Entendemos que o conhecimento deste componente curricular, oferece possibilidades de desenvolvimento da criticidade, autonomia, liberdade de expressão e capacidade de reflexão, contribuindo para a formação da cidadania do indivíduo.

Nesse contexto, ao entendermos o aluno como um indivíduo que pensa, tem sentimentos e se movimenta, os IFAS abordam em profundidade, as discussões sobre o corpo no mundo possibilitando um diálogo entre as práticas corporais, emoções e autoconhecimento. Abordagem que se constrói pela apropriação da linguagem das práticas corporais, as quais permitem a leitura crítica dos sentidos e dos significados histórico-culturais e das contradições sociais subjacentes a elas, ao mesmo tempo, em que abrem espaço para a elaboração de outros sentidos para a sua realização. De modo geral, os IFAS Módulos 1 e 2, traçam um caminho de reflexões sobre a cultura corporal de movimento desenvolvido para qualquer espaço de aplicação.

Nós direcionamos o conteúdo a partir dos quatro eixos estruturantes do novo Ensino Médio (Investigação Científica, Processos Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo), abordamos uma série de possibilidades que podem ser desenvolvidas de forma organizada e estruturada, visando o estímulo para além da sala de aula, valorizando o protagonismo e a autonomia dos estudantes.

Você, professor, perceberá que as atividades foram inspiradas nas habilidades requeridas pelas referências para o Itinerário Formativo, assim, todo caminho pedagógico passa a caracterizar-se efetivamente como o Novo Ensino Médio.

 

No Módulo 1, “Práticas corporais, autoconhecimento e cuidado de si”, a proposta foi produzir um material que oferecesse aos alunos a oportunidade de se conhecerem melhor para se cuidarem tanto fisicamente quanto em relação aos sentimentos. Nesse sentido, são colocadas uma série de conteúdos voltados à impressão, à expressão do corpo e das práticas corporais, dos exercícios físicos e da atividade física voltada à saúde individual e coletiva, e, como ponto de partida o autocuidado e o autoconhecimento dentro dos seguintes temas:

— Emoções e suas relações com o esporte e o exercício físico, os diferentes tipos de práticas corporais voltadas à saúde, o exercício físico como prevenção e tratamento de doenças, as qualidades físicas e adaptações agudas e crônicas causadas pelo exercício e questões relacionadas à saúde pública.

Já o Módulo 2, intitulado “O corpo em movimento e as relações com o mundo” têm por objetivo de levar os alunos a refletirem a partir de pesquisas, dados, fatos e evidências sobre os discursos do corpo, buscando o equilíbrio entre o que se espera dos sujeitos na sociedade contemporânea e suas características, anseios e objetivos próprios em relação ao seu corpo.

Recursos digitais: Utilizamos, em muitos casos, recursos digitais, tecnologias de informação e comunicação, e do celular como forma de mediar os caminhos de aprendizado, tornando-os o mais atuais possível com a utilização de metodologias ativas.

Nesse período de retorno ao presencial, os IFAS são uma ótima oportunidade para o trabalho e desenvolvimento das habilidades socioemocionais sobretudo o reconhecimento de emoções individuais e coletivas, e um canal de abertura para o desenvolvimento de projetos integradores com outras áreas de conhecimento. Aproveite!

Juliana Landolfi Maia – Assessora pedagógica de Educação Física do Sistema de Ensino Positivo

Ouça aqui no podcast sobre os IFA´s módulos 1 e 2 de Educação Física , um resumo pelo autor  Prof. Dr. Thiago Pimenta.