Olá, professoras e professores!

A redação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio é uma das preocupações para muitos estudantes. Para garantir uma boa nota, não existe uma fórmula mágica e os desafios são enormes: o tempo exíguo, o tema que, muitas vezes, não é muito familiar e ainda a falta de um repertório legitimado para a construção de uma boa argumentação.

É sabido que ninguém se torna um bom escritor de uma hora para outra e sem ter investido em leituras e em práticas de escrita anteriormente. Entretanto, para se obter sucesso com a redação no dia do exame, alguns detalhes podem contribuir para que o estudante garanta um melhor desempenho, já que a redação do Enem é avaliada com base em cinco competências, que valem 200 pontos cada, somando, assim, 1.000 pontos no total da nota.

Desse modo, é relevante que o estudante fique atento a cada um desses cinco critérios para não cometer equívocos e, consequentemente, ser penalizado. Por isso, vale a pena revisitar essas competências avaliadas na prova de redação:

Domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa

A primeira competência avaliada é referente ao domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, ou seja, é o olhar que o examinador lançará acerca do conhecimento de norma padrão que o candidato leva para o seu texto, como, por exemplo, aspectos relacionados à pontuação, à concordância, à colocação pronominal, à ortografia, dentre outros. Vale destacar que se ele apresentar mais de duas incorreções, ou melhor, mais de dois desvios de norma, não obterá a nota máxima nessa primeira competência.

Compreensão da proposta e aplicação de conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema da redação

A segunda competência diz respeito à compreensão da proposta de redação e aplicação dos conceitos das várias áreas do conhecimento dentro dos limites estruturais de um texto dissertativo-argumentativo em prosa. Cabe destacar que essa competência avalia dois aspectos: o primeiro é se o candidato atendeu à proposta contida na frase temática, se ele não fugiu ao tema solicitado ou, ainda, se não o tangenciou, que consiste na abordagem parcial do tema, baseada somente em um assunto mais amplo. Isso ocorre quando o candidato não mergulha de uma forma mais profunda no eixo temático que foi proposto. Já o segundo aspecto avaliado nessa competência está relacionado à construção de um texto dissertativo-argumentativo com uma tese – opinião a respeito do tema proposto – apoiada em argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando uma unidade textual. 

Construção da argumentação

Dentro dessa competência, o examinador lança o olhar especificamente para a construção da argumentação. Assim, avalia se o estudante seleciona, relaciona, organiza e interpreta informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista escolhido como tese. É relevante destacar que, para a construção de uma excelente argumentação, o candidato pode lançar mão de diferentes estratégias argumentativas com intuito de convencer o leitor do seu texto a concordar com a tese que está sendo defendida.  Para isso, pode recorrer a inúmeros recursos, como alusões históricas, comparações de fatos, argumentos de autoridade, citações, dados estatísticos, ou seja, trazer para o texto, por meio de uma ou mais estratégia argumentativa, os diferentes conhecimentos que adquiriu ao longo da sua formação nos diferentes componentes curriculares. Assim, conteúdos relacionados à História, à Filosofia, às Ciências, ao conhecimento literário e à cultura de modo geral devem estar presentes na construção dessa argumentação. É claro que tudo isso não deve estar solto, ou seja, não é simplesmente mencionar ou citar. Essas informações, dados e fatos precisam estar presentes e relacionados a um projeto textual e a um uso produtivo de uma ou mais estratégia argumentativa utilizada com vistas a persuadir o leitor”.

Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação                                                                                                                             

Na quarta competência, o estudante deve demonstrar conhecimentos dos mecanismos linguísticos necessários para construir a argumentação. Nesse sentido, o examinador avalia a organização textual referente à relação que os parágrafos estabelecem entre si e a amarração dos enunciados por meio de elementos coesivos, já que escrever é sempre estar ancorado em informações anteriores, mas nunca perdendo o foco de que o texto precisa progredir. O estudante deve tomar muito cuidado com as escolhas de palavras que levará para o seu texto, principalmente no que se refere aos elementos coesivos, pois é muito comum o uso de um conectivo no lugar do outro, a exemplo da conjunção “contudo”, que, muitas vezes, é usada pelo candidato com o propósito de fechar ou sintetizar uma ideia, mas ele não se atenta que essa palavra remete à ideia de adversidade, de contrariedade, e a usa de forma equivocada.

Proposta de intervenção e respeito aos direitos humanos

Por fim, na última competência, o examinador verificará se o candidato elaborou uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos para o problema que foi apresentado ao longo do texto. Essa proposta precisa ser concreta, específica ao tema apresentado na proposta da prova e que dialogue com os argumentos desenvolvidos ao longo do texto. Deve-se deixar clara não somente a ação interventiva, mas também quem deverá executá-la, deixar evidente o meio de execução dessa ação, bem como o seu efeito e sua finalidade, tudo isso de um modo muito detalhado para que se possa obter a nota máxima nessa última competência. Quer saber mais sobre o processo de correção e conhecer algumas redações nota mil, acesse a cartilha do participante:

https://download.inep.gov.br/download/enem/cartilha_do_participante_enem_2022.pdf

Abraços.

Assessor Fábio.