Olá professora e professor da Educação Infantil, tudo bem?

Utilizando o material didático de Educação Infantil do Sistema Positivo de Ensino você já teve a sensação de que a criança realizou a atividade muito mais rápido e somente com a mecanização de desenhar ou pintar porque você estava direcionando? Se sim, isso é muito comum e você não está sozinho.

A coleção vigente de G3 a G5 está baseada na Base Nacional Comum Curricular – BNCC, ou seja, não está ancorada em eixos estruturantes ou conteúdos, mas em Campos de Experiências que devem ser articulados entre si e não comparados a componentes curriculares. Por exemplo, o campo de Experiência “Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações – ET” não pode se equivaler ou restringir a uma comparação com a Matemática. Neste sentido, o livro Numerar traz o número como o objeto de inestigação específico do livro, mas as atividades ali propostas articulam o campo ET com diversos outros campos, como Corpo, Gesto e Movimento, acompanhe o exemplo abaixo:

Perceba que três campos de experiências diferentes são trabalhados nesta página: EN> Eu, Outro e Nós; CG> Corpo, Gesto e Movimento e ET> Espaço, Tempo, Quantidade, Relações e Transformações. Além de planejar para avaliar as questões específicas do ET, articula-se a isso as questões de uso adequado dos jogos e materiais e o respeito pelos jogos. O que quero enfatizar com vocês é que neste caso, por exemplo, jogar apenas uma vez e em uma configuração de jogo única, como individual ou coletivo, restringe muito a observação e a avaliação da professora. Quanto mais conhecemos e temos mapeado os objetivos antes do dia da aula, mais conseguimos que as crianças interajam corretamente com os recursos e atinjam de forma plena todos os objetivos esperados.

Vejamos um exemplo sobre o ato do registro e a importância de estar articulado ao ato do brincar, direito de aprendizagem fundamental da criança. No livro Histórias em Cena, Grupo 3 volume 1, a criança realiza a pintura da capa da Chapeuzinho Vermelho:

Além de observar que articula os dois campos: TS> Traços, Sons, Cores e Formas e EF> Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação, gostaria que observassem também que o registro de pintura da capa é o fim de uma sequência didática. Neste caso, o menos importante é a pintura da capa porque os objetivos esperados refere-se principalmente ao reconto de história, que é o foco da página. Então, tudo aquilo que a professora realizar antes de sentar e pintar a capa com as crianças é muito mais significativo para atingir os objetivos esperados.

O meu último exemplo é com o Grupo 5 – Letrar. Na página a seguir temos uma atividade de raciocínio lógico com a sistematização da escrita. No clássico, a relação entre número e letra, mas também diversos objetivos de aprendizagem relacionados ao respeito ao outro. Observe:

A minha dica é não encarar somente como um registro da sequência didática Senhor Palha da Sorte, mas estabelecer como um jogo de rotina de alfabetização para o ano letivo inteiro, mas como? Para a criança formar palavras, ela primeiro relaciona as letras, depois as sílabas e aí sim chegamos a palavra. Ao utilizar post-its ou cartas plastificadas com os números e letras, em diversos momentos do ano a professora ou professor pode retomar o jogo e apoiar os alunos na formação da sílaba, da letra e dos sons que eles produzem.

O que gostaria de retomar com esse artigo é a potência do registro do Livro Didático e como o objetivo deste registro é diferente de acordo com o objetivo da BNCC, ou seja, o que se espera que o aluno aprenda pode depender ou não do registro do Livro. Como vimos com o primeiro exemplo, o registro de ligar o número ao desenho é algo muito menos importante do que dispor de tempo e planejamento para que a criança possa jogar muito, e jogar com os elementos da sala. No segundo exemplo, com o livro Histórias em Cena, vimos que o registro é o fim da contação de histórias e deve ser realizado somente depois de recontar a história e avaliar como as crianças recontam. No último exemplo, vimos como uma ideia de registro pontual na sequência didática pode tornar-se atividade permanente e como é potente para isso.

Ficou com alguma dúvida? Escreva nos comentários!

Até a próxima,

Karoline Barreto.