Olá, professores. Tudo bem? 

Certamente a palavra brincadeira já é familiar para vocês, mas você já ouviu falar no termo “heurística”?  

Segundo o dicionário, heurística é o “conjunto de regras e métodos que visam à descoberta, à invenção ou à resolução de problemas” (FERREIRA, 2010, p. 397).  

A maior referência do brincar heurístico é Elinor Goldschmied, pedagoga britânica defensora de que os bebês e as crianças bem pequenas aprendem muito com a exploração de objetos do mundo real. Segundo ela: 

O brincar heurístico é uma abordagem, e não uma prescrição. Não há uma única maneira correta de fazê-lo, e pessoas em centros diferentes terão suas próprias ideias e juntarão seus próprios materiais. Com efeito, um dos grandes méritos dessa abordagem é que ela liberta a criatividade dos adultos e torna a tarefa de cuidar das crianças muito mais estimulante. (GOLDSCHMIED; JACKSON, 2006, p. 149). 

As brincadeiras heurísticas são atividades lúdicas e exploratórias que estimulam a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades cognitivas, sensoriais e motoras das crianças. Elas são projetadas para encorajar a curiosidade, a experimentação e a resolução de problemas por meio da exploração livre e criativa do ambiente ao redor.  

Essas brincadeiras podem envolver materiais não estruturados, os quais oferecem diferentes sensações e possibilidades ao serem manipulados. Os materiais não estruturados, também conhecidos como materiais de largo alcance, são aqueles objetos do nosso dia a dia – caixas, lenços, tubos de papelão, potes e outros – que tanto chamam a atenção dos bebês e das crianças bem pequenas, e não têm um objetivo específico além de permitir que as crianças explorem, descubram e aprendam. 

Para tanto, é preciso um olhar atento na seleção dos objetos que deixaremos ao acesso das crianças, priorizando materiais de diferentes texturas, tamanhos, formas, temperaturas, cores, odores e sabores (se sabemos que os bebês levarão tudo à boca, precisamos planejar isso também). Na maioria das vezes, esses objetos não precisam ser comprados, pois são encontrados facilmente em casa.  

Os objetos devem ser oferecidos às crianças para livre exploração, ou seja, os pequenos precisam ter autonomia para explorá-los como desejarem, na ordem em que preferirem. Nesse caso, o professor apenas disponibiliza os materiais, sem fazer incentivos verbais tampouco colocar os elementos nas mãos das crianças; seu papel é observar atenta e cuidadosamente. Os objetos podem ser dispostos em tapetes, sacolas, bandejas ou cestos.  

Confira algumas dicas de materiais com diferentes texturas, que vocês podem disponibilizar para os bebês e crianças bem pequenas explorarem: 

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