Olá professores e professoras!
Ao assistir jornais, escutar podcasts e ler noticiários, nos deparamos diariamente com ondas de violência. Há quem diga que os tempos mudaram e as coisas ficaram pior. Há quem defenda que desde que o mundo é mundo é assim. A ideia da banalização do mal proposta por Hannah Arendt no contexto do pós Segunda Guerra Mundial buscou explicar o mal constante presente entre a alta patente nazista, banalizando o mal em suas ações e tornando isso uma ação presente em todos os momentos, sem uma demonização.
A ideia de que seres humanos praticam maldades e não entram na simples lógica dualista entre o “bem e o mal”, assim como nos filmes e quadrinhos em que há heróis e vilões, mocinhos e bandidos, nos pega em cheio ao analisar eventos catastróficos da humanidade, como ao exemplo das práticas nazistas, escravocratas e torturas.
Como pode um indivíduo (ou mais) banalizar o mal ao ponto de não sentir empatia pelo próximo? Ao ponto de não enxergar o outro como um ser humano? Como pode viver em meio a tanta maldade e não agir contra ela? Perguntas como essas são frequentemente feitas por alunos e alunas ao estudarem diferentes eventos históricos que acarretaram grandes ondas de violência, como o nazismo.
O drama histórico recém-lançado em 2024, “Zona de Interesse”, dirigido e roteirizado por Jonathan Glazer a partir do romance de Martin Amis, se destacou em diferentes premiações por objetivar mostrar o cotidiano de um comandante de Auschwitz e sua família em uma vida bucólica e comum ao lado do campo de concentração.
O dia a dia da família e das brincadeiras das crianças se desenrola com o pano de fundo da banalidade do mal, já nem percebida por aqueles que ali viviam e nos leva a refletir: o que nós estamos banalizando em nossos cotidianos? Que conflitos e demandas sociais fingimos não ver?
A “saída da caverna” e da alienação pressupõe a todos nós a necessidade de olharmos com mais atenção para nosso cotidiano. Seja para o passado e para o presente que nos cerca, tendo em vista a construção de um futuro mais justo e pacífico para todos. Essa também é a missão da educação.