Olá professor(a),

A adolescência, especialmente no Ensino Médio, é uma fase cheia de mudanças e descobertas. O cérebro ainda está se desenvolvendo, o que significa que eles têm grande capacidade de aprender coisas novas, mas algumas dificuldades para se organizar, controlar impulsos e tomar algumas decisões.

E como podemos ajudar? Como motivar e/ou engajar nossos estudantes? Essas e outras perguntas fazem parte do nosso dia a dia quando planejamos e entramos em sala de aula.

Estudos recentes da neurociência indicam que, nessa fase, aprender com os colegas se torna um fator essencial para o desenvolvimento cognitivo. O contato com outras pessoas não apenas consolida o conhecimento, mas também torna o aprendizado mais dinâmico e prazeroso. Essa interação estimula a liberação de dopamina, ativa gatilhos emocionais e promove maior atenção. Além disso, ao se sentirem pertencentes ao grupo, os adolescentes se engajam mais no aprendizado, realizando processos cognitivos de forma colaborativa. O ambiente de troca permite que discutam ideias, testem hipóteses e coloquem em prática o que foi proposto pelo professor. Esse modelo de aprendizagem em conjunto dialoga diretamente com metodologias ativas e gera um impacto significativo nessa fase da vida.

Outro ponto essencial é o vínculo afetivo. Ter uma boa relação com professores e colegas faz toda a diferença na motivação para aprender. Quando o estudante se sente acolhido e pertencente ao ambiente escolar, ele se envolve mais nas atividades e supera desafios com mais confiança. Por outro lado, conflitos, inseguranças e falta de apoio podem prejudicar o rendimento e o interesse pelos estudos.

As emoções desempenham um papel fundamental no aprendizado. Quando os estudantes se sentem valorizados e emocionalmente seguros, eles se engajam mais e enfrentam desafios com maior confiança.

Para potencializar esses aspectos, as escolas podem adotar estratégias que promovam um ambiente acolhedor e estimulante. Métodos de ensino dinâmicos, que envolvam colaboração entre os alunos e conexão com a realidade, ajudam a tornar o aprendizado mais significativo. O suporte socioemocional, por meio de espaços de escuta, diálogo aberto e incentivo à autonomia, também contribui para que os adolescentes lidem melhor com suas emoções e tomem decisões mais equilibradas.

Ao unir desenvolvimento cognitivo, apoio emocional e um ambiente escolar que valorize a troca e a experiência prática, as escolas podem transformar essa fase cheia de mudanças em uma oportunidade rica de crescimento. Mais do que preparar os adolescentes para desafios acadêmicos, é essencial ajudá-los a construir confiança, resiliência e habilidades que levarão para toda a vida.

Um abraço e até breve

Pricilla Cerqueira

Especialista do Núcleo de Excelência Pedagógica